quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Orlando têm agora mais um motivo para atrair turistas, principalmente brasileiros

The Wizarding World of Harry Potter acrescenta mais uma boa razão para visitar as terras mágicas da Flórida; moeda brasileira valorizada ajuda

Por Bruno Sponchiado Vieira

             Quem viaja, sabe: tem brasileiro em todo canto do mundo. Mas há um lugar especial onde a freqüência de brazucas é maior. Estamos falando de Orlando, Flórida, nos Estados Unidos, segundo destino mais procurado por turistas verde e amarelo, somente atrás de Buenos Aires, Argentina. E agora os assíduos fãs dos parques da Disney e da Universal, entre outros, terão mais um motivo para se deslocar para a região: uma atração especialmente feita para os fãs da série Harry Potter, o The Wizarding World of Harry Potter, ou o Mundo Mágico de Harry Potter. Com esse novo atrativo para crianças, jovens e adultos, a atmosfera acolhedora de Orlando fica ainda mais atrativa para turistas de todo mundo, especialmente os brasileiros, que também são fãs da série infanto-juvenil.  Entretanto, em Orlando há muito mais do que fazer além das curvas da Space Mountain, por exemplo.  É um universo de diversão para todas as idades.

             Antes de detalhar as minúcias dessa região mágica, vamos a uma pequena contextualização histórica do lugar. Orlando, sede do condado de Orange, foi fundada em 1873 e até a década de 1950, era um lugar tranqüilo, calmo, praticamente destinado a funções agrícolas, como a plantação de laranjas, uma tradição da Flórida. A partir de 1950, o Estado, que já era sede de algumas bases aéreas do governo, passou a ser visto com mais atenção por investidores de turismo e da área da aviação, uma vez que o clima com características tropicais sempre foi um dos pontos fortes do Estado. Em 1958, a Aeronáutica americana construiu uma base em Orlando, transformando a Flórida no ponto de referência aéreo e espacial do mundo, com lugares como Cabo Canaveral e a Estação Kennedy de Força Aérea. A história da cidade cruza-se com Walt Disney a partir de meados da década de 60. O empresário e visionário tinha planos ambiciosos e encontrou na região o espaço e o clima perfeitos para seus desejos e em 1965 comprou alguns terrenos e começou a construir seu Walt Disney World Resort, que ficou pronto em 1971, com a inauguração do Magic Kingdom, o primeiro grande parque da região. A partir daí Orlando sofreu um boom de crescimento em infra-estrutura para receber a quantidade crescente de turistas que o complexo Disney passou a ter em suas montanhas-russas e brinquedos. Em 1982 chegou o Epcot, 7 anos depois veio o Hollywood Studios. A concorrência chegou em 1990, com o complexo Universal Studios. Com a quantidade gigantesca de turistas norte-americanos e do mundo inteiro, a área transformou-se num pólo de investimentos e devido ao sucesso, criou-se uma mega-rede de infra-estrutura para atender os viajantes, como estradas e uma rede hoteleira muito bem localizada.

            Hoje em dia, Orlando tem cerca de 230 mil habitantes e aproximadamente 2 milhões de pessoas vivem em sua região metropolitana. É considerada a segunda cidade mais visitada no mundo (somente atrás de Paris), com mais de 60 milhões de turistas por ano. O poder das empresas Disney é tão grande que há quem diga que seus CEOs possuem bastante influência, não só no Condado de Orange, mas no governo da Flórida. Boas compras e bons restaurantes são outras opções para diversão além do ‘feijão-com-arroz’ dos parques de diversão, que estão longe da monotonia. Vamos então falar do motivo da reportagem, o Harry Potter.

            Estando dentro do parque Island of Adventure, dentro do complexo Universal, The Wizarding World of Harry Potter é um espaço onde recria-se o ambiente dos livros e filmes de uma maneira verossímil, pois o mundo do bruxinho é fictício. São basicamente 4 ambientes: Hogsmeade, Dragon Challenge, Flight of the Hipogrifh e Harry Potter and the Forbidden Journey. O primeiro é a reprodução fiel da vila de Hogsmeade, que fica perto do Castelo de Hogwarts nas seqüências. Nesta vila é possível encontrar gift-shops, restaurantes, entre outras atrações que encantam o visitante e o fã da série - criada pela britânica J.K Rowling. A segunda atração, a Dragon Challenge, é uma montanha-russa já existente, que foi reformada e adaptada ao contexto Harry Potter. Atrai quem é fã dos brinquedos rápidos com loopings e curvas de altíssima velocidade. Já o “vôo do hipogrifo” reproduz como seria um passeio a bordo da criatura mágica encontrada nos livros e filmes. A última atração, Harry Potter and the Forbidden Journey, é, basicamente, um tour pelos becos, corredores e ambientes do castelo de Hogwarts. A sala do diretor Dumbledore é um dos itinerários, que são comandados pelo trio Harry, Rony e Hermione no brinquedo, que é um simulador 3D. Para entrar mais ainda no espírito da série, é possível comprar sua própria varinha, tomar a famosa cerveja amanteigada famosa cerveja amanteigada (alcoólica nos filmes, porém é um refrigerante criado especialmente para o parque), e se vestir “a caráter”. O parque foi inaugurado em 18 de junho deste ano e foi o destaque das férias de julho, tanto para os americanos quanto para os brasileiros, que viram na nova atração mais um motivo para retornar à Flórida.

            Para quem nunca foi à região, as opções clássicas de entretenimento ainda estão no auge. No primeiro parque criado, o Magic Kingdom, temos a clássica montanha russa Space Mountain que ainda cria filas gigantescas em dias de maior movimento, o atemporal “It’s Small World” e as paradas e shows com personagens da Disney na Main Street, rua principal do parque. No Epcot temos os pavilhões dos países, que concentram o principal da cultura, culinária e folclore de locais como Japão, Marrocos, França e Inglaterra. Por incrível que pareça, ainda não há um pavilhão brasileiro, por mais que a demanda seja grande. Dentro do complexo Disney, há ainda o Hollywood Studios com suas atrações baseadas em filmes famosos, o Animal Kingdom com grande foco na natureza e o parque aquático Typhoon Lagoon, disputadíssimo em julho devido às temperaturas que chegam a passar dos 35 graus. Além das atrações da Universal (Island of Adventure, Universal Studios e o The Wizarding World of Harry Potter), há também o Sea World e o Busch Gardens (que fica em Tampa, a 60 quilômetros de Orlando), que contém atrações bastante interessantes, como a montanha-russa Sheikra, que tem uma queda com mais de 90º de inclinação, de longe o grande destaque do parque. Tudo com muita tecnologia, limpeza, seguindo um “padrão Disney de qualidade”. Os funcionários são todos treinados para criarem mesmo o “lugar mais feliz da Terra”. Enfim, encanta em todos os sentidos.

 Para quem quer fugir dos circuitos tradicionais de parques, paradas e shows temáticos, há também uma vida noturna agitada. Dentro do complexo Disney, há o Downtown Disney, um shopping ao ar livre, em volta de um lago. O espaço é dividido em três partes: West Side, onde há restaurantes, salas de cinema, além de lojas e uma apresentação fixa do Cirque Du Soleil, o Marketplace, um mix de lojas especializadas de produtos Disney, além de restaurantes e outras lojas. E, no meio dos dois lugares, há a Pleasure Island, onde encontramos boates, pub’s e restaurantes mais formais. Já na Universal, há o City Walk, algo semelhante ao Downtown Disney, porém em tamanho menor. Há restaurantes, boates, lojas e salas de cinema também. Tudo para atender todos os gostos.

            Como já devem observar, é farta a oferta de restaurantes. Para os fãs de uma boa gastronomia e para aqueles que querem fugir da junk food dos parques, há boas opções de refeições até mesmo dentro dos parques. Em Epcot, nos pavilhões dos países, é possível encontrar comidas típicas, como pão, queijo e vinho na França, entre outras especialidades regionais. Para quem sentir falta do Brasil, há em volta da International Drive – uma das principais vias da região, onde há comércio e serviços para moradores e turistas – alguns restaurantes destinados a brasileiros com comida 100% verde e amarela. Além das churrascarias também no formato brasileiro. Enfim, opções ao hambúrguer com batatas fritas não faltam.

            Outro grande destaque de Orlando são as compras. É possível encontrar nos outlets e shoppings da região produtos em liquidação, com preço muito abaixo do praticado no Brasil e em outras regiões dos Estados Unidos. Por exemplo, um tênis Nike é encontrado em média por 50 dólares, enquanto aqui é vendido por 300 reais. Uma bela diferença. Mais de 90% dos brasileiros que vão aos Estados Unidos vêem as compras como o principal motivo de viagem, segundo pesquisa do Ministério das Relações Exteriores. Falando em ministério, aconselha-se a quem for migrar rumo a Flórida procurar o consulado americano com antecedência de no mínimo três meses. Por mais que esteja mais fácil (ou menos complicado) conseguir o visto, é sempre bom antecipar a retirada. Normalmente, em viagens de no máximo um mês, o procedimento é mais tranqüilo e se obtém em média cinco anos de liberação. Outra burocracia a se prestar atenção é quanto à alfândega americana e brasileira. Houve uma atualização na lei brasileira, liberando alguns gadgets eletrônicos da “cota” estipulada por pessoa, estimada em 500 dólares em produtos eletro-eletrônicos. Mas é bom não abusar nas sacolas. Outro ponto a ser lembrado é a segurança nos aeroportos americanos, reforçadíssima. Nada muito alarmante, mas é bom citar. 

A hospedagem pode ser feita nos milhares de hotéis de rede encontrados nas rodovias da região ou nos hotéis do complexo Disney. O preço é semelhante, mas alguns hotéis da rede Disney pecam como na falta de frigobar em alguns, além das refeições muitas vezes não inclusas. Mas a proximidade dos parques e o transporte, via Monorail, pode compensar. Os preços estão no fim da página.

Geralmente, para os iniciantes em Orlando, aconselha-se ir por meio de uma excursão, com uma companhia com experiência na área, com a presença de um guia, transporte e ingressos inclusos. Para quem gosta de independência, há pacotes com passagem aérea, hotel, ingressos nos parques e diárias em carros alugados. A baixa temporada é entre dezembro e março, onde o clima mais ameno (média de 15ºC) deixa os parques mais vazios. Entre junho e agosto, o clima quente e as férias escolares norte-americanas enchem as atrações, provocando longas filas e estacionamentos lotados. Companhias aéreas brasileiras já oferecem vôos diretos para Orlando, sem escalas, mas também há rotas com escala em Miami, Tampa ou Atlanta. Opções não faltam.

Enfim, para quem deseja curtir momentos agradáveis em família, independente da idade, encontrará em Orlando uma opção mais do que atrativa. Agora com câmbio monetário em boa fase, com novas atrações, a tendência é que os brasileiros “invadam” ainda mais os parques e brinquedos da região.

Preços e informações úteis
Pacotes: para uma família de 4 pessoas (2 adultos e 2 crianças), o preço de uma viagem de 15 dias, incluindo transporte aéreo e local, hospedagem e ingressos varia de 2 mil a 3500 dólares, dependendo da companhia.
Ingressos: para quem for sozinho, os preços de ingressos nos parques varia de 50 a 150 dólares por dia. Depende da validade do ingresso e de quantas pessoas estão no seu grupo. É possível comprar pela internet.
Passagem: um pacote de ida-e-volta, para 4 pessoas (2 adultos e 2 crianças), pela TAM, partindo de SP e chegando em Orlando, sem escala, ronda os 5 mil reais.
Hotéis: a diária nos hotéis de rede, que incluem um conforto razoável (refrigeração, TV a cabo, frigobar e café da manhã incluso) chega, em média, a 80 dólares. Nos hotéis da rede Disney, o preço nas opções econômicas, começa também nos U$80/dia.
Refeições: um almoço, para 4 pessoas, na maioria dos parques da região, fica entre 30 e 50 dólares, dependendo do prato. Há opções de “all you can eat”, com pagamento por pessoa e adiantado.
Transporte: a diária de um automóvel compacto econômico é cotada em 30 dólares e o estacionamento custa, em média, 20 dólares. Táxis são baratos.
Temporada: a alta temporada é em julho, onde os americanos estão nas suas “férias de verão”; a baixa, em janeiro, é mais adequada pelo clima mais ameno e pelo movimento mais baixo

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