quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Entrevista no Dona Marta
domingo, 21 de novembro de 2010
Sugestão de Pauta - Política da juventude mostra a cara do que está por vir
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
Baseado em fatos reais
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Fórum promove mesa-redonda sobre segurança pública
domingo, 31 de outubro de 2010
Com Fé em Deus, Nada é Impossível
Segunda, 20 de setembro. Uma manhã fria no subúrbio. O plano era ir até o Campo de Sant’Anna. Lá perguntar a qualquer mendigo em potencial a direção da rua Santa Luzia. É claro que eu sabia onde era a rua e isso era apenas um bom pretexto. Começar a conversa & fazer o trabalho sujo. Simples assim. Posto o velho casaco vermelho e a calça jeans azul, parti rumo ao cinza desconhecido.
Sabe quando você sai de casa e um mendigo está a poucos metros de você? Foi assim. Em qualquer outro dia seria normal. No máximo talvez, eu sentisse medo. Hoje não. Trajava um moletom laranja e uma calça azul escuro. Ia sujo como todos os mendigos. A barba por fazer com fiapos brancos. Levava nas costas um saco de lixo desses azuis clarinho com suas coisas, como se fosse um papai noel. Na esquina da pizzaria, a poucos metros de onde eu moro. E agora? O destino havia posto no meu caminho um confortável acaso, mas com o qual eu não sabia como lidar. O jeito foi ser presa. Com o passo mais lento, fui caminhando ao seu lado por algum tempo. Ia quase desistindo, indo adiante, quando ele toma a iniciativa e começa a entrevista pela resposta para a pergunta que eu não precisei fazer.
_Você sabe que o motorista do ônibus aprontou uma comigo? Era para eu ter saltado em Madureira, ali na Igreja de São Brás. Você sabe onde fica a Igreja de São Brás? Ali do outro lado? Pois então, o cara me deixou lá em Rocha Miranda, naquela praça lá e eu tive de vir andando de lá até aqui. Não custava nada ter me deixado no ponto certo.
Estamos em Madureira, esquina da Estrada do Portela com a Rua Guarapari. Para a noção dos distintos - certamente leigos em matéria dos subúrbios da Central - a distância entre esse ponto e a citada procedência de nosso amigo talvez seja algo como o mundo que há entre o Flamengo e Copacabana. Um perto que é muito longe, um longe que é meio perto. Tomei as dores do coitado:
_ Esses motoristas não têm amor à profissão, não fazem seu trabalho direito. Com tantos aí querendo trabalhar e eles nessa sem-vergonhice. Raramente digo essa palavra. Ossos do ofício. Tudo pela entrevista.
_ O pior é que eu estou com o dinheiro da passagem aqui, está aqui no meu bolso. Mas a gente tem que ver o lado deles também, muitas vezes trabalhando em más condições (o meu mendigo fazia bom uso das leis da concordância e tinha um certo sotaque de interior, não caipira mas perfeccionista). A maioria, graças a Deus, é boa, trata a gente bem. Só alguns que desrespeitam.
_ O senhor está indo para onde? – pergunto. Estou indo para a Igreja de São Brás, eles distribuem uma comida lá. É gente muito boa, de muito bom coração. Rezo muito por todos eles. Por eles e por todo mundo. Rezo pelo bem de todo mundo.
Me impressiona como alguém que passa por tantas dificuldades possa querer o bem daqueles que deveriam ajudá-lo. Definitivamente, trata-se aqui de um homem de bem. Um homem de bem é aquele que quer o bem sem importar a quem. Seguimos conversando. Ele me conta mais uma de suas histórias de fé e oração.
_Você sabe que ontem eu estava com uma dificuldade de evacuar tão grande que pensei que estava com as fezes endurecidas - ele disse bem assim “fezes endurecidas” e confesso que aí me segurei para não rir.
_ Mas eu rezei o salmo 91, pedi a Deus, ele me atendeu e tudo ficou bem. Para quem como eu não se lembra, o salmo 91 é aquele do “Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti”. Uma boa para prisão de ventre.
_Você sabe que esse ônibus que está vindo aí, esse 294, lá na Pavuna é terrível, ele também não para.
O ônibus que vejo vindo é um 261, Marechal Hermes - Praça Quinze, longe de passar perto da Pavuna. Comecei a desconfiar da sua sanidade. Depois, percebi, por puro preconceito.
_ Ontem eu fiz sinal para o ônibus, ele parou, subiram as três pessoas que estavam na minha frente e na minha vez, ele arrancou.
Covardia – digo. Estamos chegando ao fim do nosso caminho – penso. Você anda bem também. Digo a ele que estou indo pegar o trem da Central na estação de Madureira.
A passarela de Magno dá acesso ao outro lado de Madureira e aqui devia ser o ponto final da nossa conversa. Cheguei a ensaiar uma breve despedida, mas ele me ignora e acompanha. Decido seguir. Agora estamos em frente à uma lanchonete na avenida Ministro Edgar Romero.
_ Esse Mc Donald’s tem no Brasil todo? No mundo todo, eu acho. – respondi.
_Será que eles trabalham de carteira assinada? Devem trabalhar sim. – falei.
_ É americano, né? É sim - disse-lhe.
_ Então deve ser tudo direitinho, dentro da lei. Mais à frente, uma barraquinha de petiscos e cerveja segue aberta após a noite de domingo.
_ A bebida é um mal terrível - diz .
_Destrói a vida de muita gente mesmo, graças a Deus não bebo – respondo.
_Eu também não, mas você sabe que ontem o demônio me tentou? Me deram uma comida envenenada. Antes, deram uma bebida e depois um bolinho, um prato de comida, que se eu comesse tudo morria. A minha neta estava comigo e tudo. Foi terrível.
_ Se podem fazer o bem, por que fazem o mal, né? – lhe pergunto e me pergunto com toda sinceridade.
_ Tem muita maldade por aí, ele me diz. Mas tem muita bondade também, graças a Deus. Com fé em Deus, nada é impossível.
Atravessar a Carolina Machado é sempre um teste de atenção. Ônibus e carros seguem seu fluxo rumo ao Centro da cidade, seus trabalhos e suas angústias. Ele é quem me diz o momento certo de fazer a travessia. Vou em direção à velha escadaria e ele avisa:
_ Não, vamos pela escada rolante. E fomos.
_ Tá vendo aquela igreja ali do outro lado da linha do trem? A Deus é Amor? Ali o pastor prega até quando só tem duas pessoas.
Pouco antes de atravessar, ele estava me contando de igrejas em que pastores se negam a pregar na falta de fiéis. Igrejas boas e igrejas más, tal qual as pessoas. Subimos a escada enquanto ele me conta das boas igrejas, onde os pastores sempre pregam e os fiéis não lhe tratam mal.
É aqui que eu deveria ficar. Mas penso duas vezes e sigo com o andarilho sem nome em seu caminho tortuoso, cheio de trevas e de luz, pelas ruas desertas e serenas de Madureira.
Do lado de lá do bairro, de quem atravessa a passarela da estação do ramal da Central, ele segue me falando das suas peregrinações por esses templos. O meu mendigo é um homem, acima de tudo, de muita fé. Ele vai cumprimentando as pessoas que conhece, que o respondem ou não. Um vendedor de doces e outro. Pediu-me para segurar uma peça de roupa enquanto arrumava suas coisas. Vejo que sua bolsa está cheia de vestes, sujas ou não.
_ Tem igreja em que os fiéis olham torto para você. Eles estão ali, rezam, mas não gostam de ver você lá. Você sabe que teve uma igreja em que o pastor era da nossa cor, irmão, mas quando eu fui falar com ele, ele não gostou não. Brigou comigo.
Irmão: paro para pensar. Somos mais parecidos do que qualquer palavra possa descrever nesse momento. Nossa cor é muito mais que melanina, é uma história em comum. Irmão: essa palavra me comove e me conforta. Às vezes nos esquecemos que somos todos iguais. São momentos como esse que nos recordam a lição básica que precisamos aprender. Somos todos irmãos, rezando um pelos os outros nesse mundo de incertezas.
Ali fica a igreja do Poder de Deus. Tem culto às 7h, todos os dias. Que bom, logo cedo – disse eu. O senhor vai ficar aí? – pergunto.
_ Vou, vou sim. Chegamos à frente da casa com telhas de alumínio pintada de azul. Há vários banners na parede, com fotos do apóstolo Valdemiro e horário dos cultos. Aqui, tem culto às 8h, 15h e 18h – ele lê para mim. Me ajuda a arrumar as coisas aqui – seguro pela última vez a sua sacola. A alça rasgou.
_ Pois é – digo. A sacola esteve esse tempo todo muito cheia e isso era inevitável – penso. Um misto de tristeza e compaixão – sinto. Cai lá de dentro um trapo cinza sujo de amarelo, que ao repor na bolsa, sinto que encobre um chinelo.
_ Deus lhe abençoe – ele me diz.
_ O senhor também. Onde o senhor mora? – pergunto.
_ Na Nova Holanda.
_ Qual é o nome do senhor mesmo? Luís Fernando – diz.
_ Tudo de bom pra você aí, Luís Fernando. E com um tapinha nas costas me despeço.
Me afasto a passos breves e calmos, tal qual me aproximei. Quase chegando na esquina, um homem gordo que nunca tinha visto me cumprimenta: Fala garotinho! Boa aula! Não sei se a boa aula era a que estava por vir ou a que eu havia tido. Uma aula de fé, perseverança, generosidade, humildade e tantos outros sentimentos bons. A flor nasceu no asfalto: em meio à podridão da cidade e a ressaca da segunda-feira, conheci Luís Fernando, o meu breve amigo. Nunca saberei se fiz uma entrevista ou se fui entrevistado. Ele me deu todas as respostas e fez nascer outras perguntas. Por isso, lhe serei eternamente grato. E certamente nunca mais reconheceria Luís Fernando se o visse por aí, andando pela rua. Como o homem gordo, que meu desejou bom dia mas eu nunca vi. Reconheceria talvez o acaso, o fortuito que faz com que as palavras às vezes digam muito mais do que deveriam. Boa aula! – ele disse. Pela Domingos Lopes não tardo a chegar à estação. Na plataforma, ouço dobrarem os sinos. Sete horas. Tudo de bom pra você aí, Luís Fernando! Que Deus o abençoe, abençoe a você e a todos nós. Amém.
Saulo Pereira Guimarães
domingo, 24 de outubro de 2010
Lucas de Tommaso vence o Fernando Pacheco Jordão 2010
Cinco maneiras de escrever bons posts
1. Write drunk; edit sober
2. Sleep on it
3. Get a friend to read it aloud
4. Use the breath test
5. The passive voice should be rewritten
- Passive: The magnificent copy was written by the copywriter.
- Active: The copywriter wrote the magnificent copy.
Summing it all up …
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Orlando têm agora mais um motivo para atrair turistas, principalmente brasileiros
Principais casos de uso de vírgula - Manual de Redação
Revista Quatro Rodas tem acervo digitalizado
O acervo inclui as edições em sua totalidade, incluindo as propagandas de cada época.IUm atrativo não só para os automaníacos, mas também para os nostálgicos de plantão.
Lançada em 1960, a Quatro Rodas é considerada a maior revista do gênero no país e uma das mais importantes publicações automotivas mundiais.
Confira abaixo o link para a Coleção Digital Quatro Rodas:
http://quatrorodas.abril.com.br/acervodigital/home.aspx
Texto: Bruno Sponchiado Vieira
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Dicas para impulsionar carreira
Por: Izabela Vasconcelos Indicado por: Cristiane Costa Qual é o perfil do jornalista ideal? O nome da minha faculdade é importante? Vale a pena fazer especialização? Essas são as principais perguntas que o programa de Treinamento da Folha de S. Paulo recebe de universitários e recém-formados. Apesar disso, muitos deles pecam logo no começo, com o currículo, o que motivou as jornalistas Ana Estela Souza Pinto, editora de "Treinamento" da Folha, e Cristina Moreno de Castro, colaboradora do blog "Novo em Folha" e do "Treinamento da Folha", a escreverem o livro “A Vaga É Sua”, lançado em agosto deste ano pela Publifolha. Currículo é seu cartão de visita “O dia em que eu tive a ideia de fazer o livro foi quando um menino me mandou um currículo para uma vaga de repórter do jornal. Lá no alto do currículo dele estava ‘objetivo: ser assessor de imprensa’. Quando eu vi aquele currículo eu pensei que seria legal fazer um livro com dicas sobre todas as dúvidas que a gente recebe no blog, porque as pessoas cometem erros muito básicos (...) Então foram as duas coisas, foram as dúvidas dos leitores do blog, mas o gatilho mesmo, o estopim da história foi esse currículo que era muito errado”, relembra Ana Estela. Para a jornalista, é impressionante como os jornalistas deixam de se preocupar com as informações do currículo. “É incrível, isso é uma coisa tão simples de fazer, essa questão da ordem das informações do currículo, e faz toda a diferença. O editor está com uma seleção, ele está olhando dezenas, centenas de currículos e se ele está querendo um repórter, e ele só vê assessoria, assessoria, ele não chega no final do currículo. Por isso que a ordem é super importante”, afirma. Cristina contou a experiência de uma amiga, que havia trabalhado em assessoria e queria atuar em Redação. Ela perdeu uma vaga na Folha, mas com algumas dicas, melhorou seu currículo e conseguiu emprego em uma revista. O problema era o mesmo, a jornalista não destacava seus pontos fortes para a vaga de repórter. “Fui ver o currículo dela e estava só listando a experiência dela em assessoria. Mas ela tinha feito uma formação complementar em Direito, que é um diferencial útil para o jornalismo. Ela também trabalhou numa revista segmentada por um tempo, fez frilas ocasionais, então a gente jogou tudo isso pra cima no currículo dela, deu destaque e colocou como outras experiências a assessoria. Eu falava pra ela destacar isso nas entrevistas. E ela conseguiu ir para uma revista. É uma questão de saber destacar seus pontos fortes relacionados à vaga”, explica. Blog é um diferencial? Manter um blog pode ser uma forma de exercitar técnicas de redação e se destacar em alguma área específica. Mas quanto isso pesa em uma entrevista? “Vai depender bastante da vaga e do blog. Quando eu selecionei a Cris pra vaga de treinamento, o fato que ela tinha um blog pra falar principalmente de política foi uma coisa que eu levei em conta, porque ela é uma menina nova, mas é interessada no assunto, que é um assunto mais complicado, que é política. E ela não só é interessada, mas ela tinha tido a iniciativa de criar um espaço pra escrever, pra discutir. Então isso pra mim mostrava algumas características interessantes em alguém que quer ser jornalista, que é o interesse e não só o interesse passivo, mas o interesse ativo que leva você a produzir alguma coisa”, avalia Ana Estela. Para Cristina, o blog era uma forma de exercitar o Jornalismo. “É bom como experiência para a pessoa também. Eu trabalhava num banco e não tinha muito tempo pra fazer estágio, até cheguei a fazer durante oito meses as duas coisas ao mesmo tempo, mas não deu pra ficar o período da faculdade inteira fazendo. Então durante a faculdade, desde o primeiro período até logo depois que eu entrei na Folha, eu mantive o blog. Era uma forma de praticar, de escrever e estar sempre me informando”. Língua estrangeira Apesar de o inglês ser uma língua primordial para os jornalistas, uma pesquisa do Comunique-se, feita em 2007, mostrou que 88% dos jornalistas dominavam apenas o português. Os outros 12% estavam divididos em 5% que falam inglês, 2% espanhol, 1% francês e 1% outros idiomas. Apenas 3% dos jornalistas que responderam o questionário falavam mais de duas línguas estrangeiras. Uma nova edição da pesquisa deve ser feita nos próximos meses. “Se você está selecionando alguém pra trabalhar na editoria de internacional, obviamente que é imprescindível você dominar o inglês e de preferência outro idioma. Mas se é pra uma vaga de repórter de polícia, provavelmente se você tiver um inglês intermediário, básico, o editor vai pedir que estude mais, porque hoje é impossível trabalhar sem o inglês, mas não vai ser um fator impeditivo. São muitos quesitos que você avalia de uma forma subjetiva, não é objetivamente. Por exemplo, se a pessoa não domina o inglês, mas ela é muito boa em outras coisas, essas coisas qualificações pesam também”, explica Ana Estela. Cristina lembra que no processo de Seleção da Folha também participam candidatos que ainda não possuem o inglês fluente. “Pra vaga de trainee tinha pelo menos 10 que não dominavam o inglês, mas tinham outras qualidades muito boas”, ressalta. Mudança de área A mudança de assessoria para Redação é a mais difícil, mas é possível desde que o jornalista saiba destacar seus pontos fortes. “Quanto mais tempo a pessoa estiver trabalhado em assessoria e for deixando de ter experiência em redação, mas difícil é. Não é impossível". Ana Estela lembra que o assessor deve saber que o estilo de texto na Redação muda muito, já que é mais crítico. "Ontem mesmo eu estava conversando com um repórter que estava cobrindo férias na editoria Cotidiano, que trabalhava numa assessoria de imprensa de uma Secretaria de Governo do Estado de SP. Na entrevista a gente questionou sobre isso, dizendo que ele teria que fazer reportagens críticas, inclusive a respeito da área que trabalhava. Porque essa é a principal preocupação, se a pessoa é capaz de fazer um jornalismo crítico, independente”, diz. No caso contrário, de um profissional de Redação ir para assessoria, a jornalista acredita que o caminho é mais fácil. “As assessorias valorizam essa experiência”, conclui. |
O caso Maria Rita Kehl
- Fui demitida pelo jornal o Estado de S. Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião (...) Como é que um jornal que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?
Maria Rita Kehl - E provocou, sim...