domingo, 21 de novembro de 2010

Sugestão de Pauta - Política da juventude mostra a cara do que está por vir

por Roberta Dittz

Depois de 26 anos de democracia o brasileiro está cansado de "politicagem" mal feita. Vamos abordar o impacto da política feita por Marcelo Freixo, jovem de um partido rescém-nascido que ficou entre os cinco primeiros na última eleição como deputado estadual. Analisar que tipos de ações ele tomou, a ponto de chamar a atenção da população, indo além da propaganda e da venda indireta de votos.
Aproveitamos o gancho, para mostrar as práticas comuns dos políticos mais antigos em épocas próximas as eleições, comparando se essas práticas ainda são comuns nos políticos jovens. Falar que o ficha limpa pode trazer novos candidatos para a política brasileira, o que renovaria os governantes.
O objetivo seria mostrar que Marcelo Freixo parece ser exemplo de uma nova tendência na política atual. Uma análise comparativa entre as áreas de atuação dos deputados há 20 anos e hoje em dia poderia ser feita a fim de enfatizar o objetivo. 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010


 Como disse uma moradora, a subida teve que ser a lá "São Canela"


Vista do "Pedrão", um dos pontos turísticos do Dona Marta

 
 As crianças do Dona Marta
 


 
Me guiaram quando fiquei para trás 

domingo, 7 de novembro de 2010

Baseado em fatos reais

Autor de livro que inspirou o filme ‘Tropa de Elite 2’ revela que vivenciou cenas retratadas nos bastidores do mundo político

POR: PEDRO DE FIGUEIREDO

“Se eu não tivesse tido oportunidade de participar do mundo político, não me sentiria bem para escrever sobre isso”. Com esta frase, o sociólogo Luiz Eduardo Soares, autor do livro “Elite da Tropa 2”, que inspirou o segundo filme do sucesso “Tropa de Elite”, resumiu a experiência de escrever uma narrativa que põe em xeque o papel do Estado diante das milícias. A afirmação foi dada na última quinta-feira (4) em debate na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O sociólogo, que foi Coordenador de Segurança do estado do Rio de Janeiro entre 1999 e 2000 na gestão de Anthony Garotinho e Secretário Nacional de Segurança Pública durante o primeiro ano do governo Lula, afirmou que o fato de ter presenciado situações de corrupção no campo político foi fundamental para que adquirisse experiências suficientes para escrever o livro.

Entre outros assuntos, Luiz Eduardo disse que a questão das milícias no Rio de Janeiro ainda é muito recente. Segundo ele, até as eleições de 2006, candidatos abraçavam milicianos, diminuíam o tamanho do problema e consideravam os grupos armados como “auto-defesa comunitária”. O maior exemplo disso para o autor foi o afastamento de um delegado que combatia este tipo de crime.

“Apenas quatro milicianos foram presos até 2006 no Rio de Janeiro e o delegado que os prendera foi deslocado para uma delegacia menor, como forma de punição”, conta o estudioso.

Para o autor, o filme, reconhecido como sucesso de público e crítica, é um alerta para a população, já que os grupos armados estão se infiltrando cada vez mais em comunidades carentes. No longa, as caricaturas de pessoas reais, disse ele, seriam formas de perturbar o público, para que seja despertada uma atenção maior em relação ao real.

“Estamos sob um quadro muito grave: as milícias estão crescendo nas comunidades mais vulneráveis e gerando um número cada vez maior de inocentes mortos. E isto é mostrado no filme”, diz Luiz Eduardo, que complementa: “Em cada cidade, o repertório de lembranças de cada pessoa faz com que ela associe os personagens do filme a personagens reais, gerando, então, um questionamento”.

Autor revela que Capitão Nascimento não seria personagem principal
Em meio a discussões da área de segurança pública, Luiz Eduardo Soares, que além de escrever os dois livros precursores dos filmes participou da produção dos longas, revelou um detalhe desconhecido da maioria do grande público. O popular Capitão Nascimento não seria a estrela principal da obra.

Os filmes da trama teriam como personagem principal o “aspira” André Ramiro. No entanto, após escutar o livro na voz de Wagner Moura, que fora convidado a gravar a obra com o objetivo de levar o áudio para rodas de debate, Luiz Eduardo percebeu que o capitão merecia mais destaque.

“O Capitão Nascimento só teria alguma importância aos 40 minutos do filme”, conta o sociólogo. E revela: “Quando decidimos que o Nascimento seria o protagonista, já estava tudo filmado. Tivemos que remontar as cenas para que o enredo do filme ficasse estruturado do ponto de vista do personagem do Wagner”.

O debate para acadêmicos foi comemorativo ao lançamento do livro. O evento foi promovido pelo Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro e  contou com a presença do sociólogo, do cientista político Renato Lessa, da jornalista Cristiane Costa e do professor de direito José Eisenberg.

O jornalismo do futuro


Indicado por: Cristiane Costa


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Fórum promove mesa-redonda sobre segurança pública


Nesta quinta, dia 4, o Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ abriga a mesa redonda com o autor do livro “Elite da tropa 2”, Luiz Eduardo Soares, que também é professor, antropólogo e ex-coordenador de segurança do Rio de Janeiro.
Ainda participam do debate os seguintes professores: Cristiane Costa, da Eco/UFRJ, Renato Lessa, da Faculdade de Ciências Políticas da UFF, e José Eisenberg da Faculdade de Direito da UFRJ.
O encontro acontece às 19h no Salão Dourado do FCC, Avenida Pasteur, 250- Urca.
entrada é franca. Não perca!

domingo, 31 de outubro de 2010

Com Fé em Deus, Nada é Impossível

Segunda, 20 de setembro. Uma manhã fria no subúrbio. O plano era ir até o Campo de Sant’Anna. Lá perguntar a qualquer mendigo em potencial a direção da rua Santa Luzia. É claro que eu sabia onde era a rua e isso era apenas um bom pretexto. Começar a conversa & fazer o trabalho sujo. Simples assim. Posto o velho casaco vermelho e a calça jeans azul, parti rumo ao cinza desconhecido.

Sabe quando você sai de casa e um mendigo está a poucos metros de você? Foi assim. Em qualquer outro dia seria normal. No máximo talvez, eu sentisse medo. Hoje não. Trajava um moletom laranja e uma calça azul escuro. Ia sujo como todos os mendigos. A barba por fazer com fiapos brancos. Levava nas costas um saco de lixo desses azuis clarinho com suas coisas, como se fosse um papai noel. Na esquina da pizzaria, a poucos metros de onde eu moro. E agora? O destino havia posto no meu caminho um confortável acaso, mas com o qual eu não sabia como lidar. O jeito foi ser presa. Com o passo mais lento, fui caminhando ao seu lado por algum tempo. Ia quase desistindo, indo adiante, quando ele toma a iniciativa e começa a entrevista pela resposta para a pergunta que eu não precisei fazer.

_Você sabe que o motorista do ônibus aprontou uma comigo? Era para eu ter saltado em Madureira, ali na Igreja de São Brás. Você sabe onde fica a Igreja de São Brás? Ali do outro lado? Pois então, o cara me deixou lá em Rocha Miranda, naquela praça lá e eu tive de vir andando de lá até aqui. Não custava nada ter me deixado no ponto certo.

Estamos em Madureira, esquina da Estrada do Portela com a Rua Guarapari. Para a noção dos distintos - certamente leigos em matéria dos subúrbios da Central - a distância entre esse ponto e a citada procedência de nosso amigo talvez seja algo como o mundo que há entre o Flamengo e Copacabana. Um perto que é muito longe, um longe que é meio perto. Tomei as dores do coitado:

_ Esses motoristas não têm amor à profissão, não fazem seu trabalho direito. Com tantos aí querendo trabalhar e eles nessa sem-vergonhice. Raramente digo essa palavra. Ossos do ofício. Tudo pela entrevista.

_ O pior é que eu estou com o dinheiro da passagem aqui, está aqui no meu bolso. Mas a gente tem que ver o lado deles também, muitas vezes trabalhando em más condições (o meu mendigo fazia bom uso das leis da concordância e tinha um certo sotaque de interior, não caipira mas perfeccionista). A maioria, graças a Deus, é boa, trata a gente bem. Só alguns que desrespeitam.

_ O senhor está indo para onde? – pergunto. Estou indo para a Igreja de São Brás, eles distribuem uma comida lá. É gente muito boa, de muito bom coração. Rezo muito por todos eles. Por eles e por todo mundo. Rezo pelo bem de todo mundo.

Me impressiona como alguém que passa por tantas dificuldades possa querer o bem daqueles que deveriam ajudá-lo. Definitivamente, trata-se aqui de um homem de bem. Um homem de bem é aquele que quer o bem sem importar a quem. Seguimos conversando. Ele me conta mais uma de suas histórias de fé e oração.

_Você sabe que ontem eu estava com uma dificuldade de evacuar tão grande que pensei que estava com as fezes endurecidas - ele disse bem assim “fezes endurecidas” e confesso que aí me segurei para não rir.

_ Mas eu rezei o salmo 91, pedi a Deus, ele me atendeu e tudo ficou bem. Para quem como eu não se lembra, o salmo 91 é aquele do “Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti”. Uma boa para prisão de ventre.

_Você sabe que esse ônibus que está vindo aí, esse 294, lá na Pavuna é terrível, ele também não para.

O ônibus que vejo vindo é um 261, Marechal Hermes - Praça Quinze, longe de passar perto da Pavuna. Comecei a desconfiar da sua sanidade. Depois, percebi, por puro preconceito.

_ Ontem eu fiz sinal para o ônibus, ele parou, subiram as três pessoas que estavam na minha frente e na minha vez, ele arrancou.

Covardia – digo. Estamos chegando ao fim do nosso caminho – penso. Você anda bem também. Digo a ele que estou indo pegar o trem da Central na estação de Madureira.

A passarela de Magno dá acesso ao outro lado de Madureira e aqui devia ser o ponto final da nossa conversa. Cheguei a ensaiar uma breve despedida, mas ele me ignora e acompanha. Decido seguir. Agora estamos em frente à uma lanchonete na avenida Ministro Edgar Romero.

_ Esse Mc Donald’s tem no Brasil todo? No mundo todo, eu acho. – respondi.

_Será que eles trabalham de carteira assinada? Devem trabalhar sim. – falei.

_ É americano, né? É sim - disse-lhe.

_ Então deve ser tudo direitinho, dentro da lei. Mais à frente, uma barraquinha de petiscos e cerveja segue aberta após a noite de domingo.

_ A bebida é um mal terrível - diz .

_Destrói a vida de muita gente mesmo, graças a Deus não bebo – respondo.

_Eu também não, mas você sabe que ontem o demônio me tentou? Me deram uma comida envenenada. Antes, deram uma bebida e depois um bolinho, um prato de comida, que se eu comesse tudo morria. A minha neta estava comigo e tudo. Foi terrível.

_ Se podem fazer o bem, por que fazem o mal, né? – lhe pergunto e me pergunto com toda sinceridade.

_ Tem muita maldade por aí, ele me diz. Mas tem muita bondade também, graças a Deus. Com fé em Deus, nada é impossível.

Atravessar a Carolina Machado é sempre um teste de atenção. Ônibus e carros seguem seu fluxo rumo ao Centro da cidade, seus trabalhos e suas angústias. Ele é quem me diz o momento certo de fazer a travessia. Vou em direção à velha escadaria e ele avisa:

_ Não, vamos pela escada rolante. E fomos.

_ Tá vendo aquela igreja ali do outro lado da linha do trem? A Deus é Amor? Ali o pastor prega até quando só tem duas pessoas.

Pouco antes de atravessar, ele estava me contando de igrejas em que pastores se negam a pregar na falta de fiéis. Igrejas boas e igrejas más, tal qual as pessoas. Subimos a escada enquanto ele me conta das boas igrejas, onde os pastores sempre pregam e os fiéis não lhe tratam mal.

É aqui que eu deveria ficar. Mas penso duas vezes e sigo com o andarilho sem nome em seu caminho tortuoso, cheio de trevas e de luz, pelas ruas desertas e serenas de Madureira.

Do lado de lá do bairro, de quem atravessa a passarela da estação do ramal da Central, ele segue me falando das suas peregrinações por esses templos. O meu mendigo é um homem, acima de tudo, de muita fé. Ele vai cumprimentando as pessoas que conhece, que o respondem ou não. Um vendedor de doces e outro. Pediu-me para segurar uma peça de roupa enquanto arrumava suas coisas. Vejo que sua bolsa está cheia de vestes, sujas ou não.

_ Tem igreja em que os fiéis olham torto para você. Eles estão ali, rezam, mas não gostam de ver você lá. Você sabe que teve uma igreja em que o pastor era da nossa cor, irmão, mas quando eu fui falar com ele, ele não gostou não. Brigou comigo.

Irmão: paro para pensar. Somos mais parecidos do que qualquer palavra possa descrever nesse momento. Nossa cor é muito mais que melanina, é uma história em comum. Irmão: essa palavra me comove e me conforta. Às vezes nos esquecemos que somos todos iguais. São momentos como esse que nos recordam a lição básica que precisamos aprender. Somos todos irmãos, rezando um pelos os outros nesse mundo de incertezas.

Ali fica a igreja do Poder de Deus. Tem culto às 7h, todos os dias. Que bom, logo cedo – disse eu. O senhor vai ficar aí? – pergunto.

_ Vou, vou sim. Chegamos à frente da casa com telhas de alumínio pintada de azul. Há vários banners na parede, com fotos do apóstolo Valdemiro e horário dos cultos. Aqui, tem culto às 8h, 15h e 18h – ele lê para mim. Me ajuda a arrumar as coisas aqui – seguro pela última vez a sua sacola. A alça rasgou.

_ Pois é – digo. A sacola esteve esse tempo todo muito cheia e isso era inevitável – penso. Um misto de tristeza e compaixão – sinto. Cai lá de dentro um trapo cinza sujo de amarelo, que ao repor na bolsa, sinto que encobre um chinelo.

_ Deus lhe abençoe – ele me diz.

_ O senhor também. Onde o senhor mora? – pergunto.

_ Na Nova Holanda.

_ Qual é o nome do senhor mesmo? Luís Fernando – diz.

_ Tudo de bom pra você aí, Luís Fernando. E com um tapinha nas costas me despeço.

Me afasto a passos breves e calmos, tal qual me aproximei. Quase chegando na esquina, um homem gordo que nunca tinha visto me cumprimenta: Fala garotinho! Boa aula! Não sei se a boa aula era a que estava por vir ou a que eu havia tido. Uma aula de fé, perseverança, generosidade, humildade e tantos outros sentimentos bons. A flor nasceu no asfalto: em meio à podridão da cidade e a ressaca da segunda-feira, conheci Luís Fernando, o meu breve amigo. Nunca saberei se fiz uma entrevista ou se fui entrevistado. Ele me deu todas as respostas e fez nascer outras perguntas. Por isso, lhe serei eternamente grato. E certamente nunca mais reconheceria Luís Fernando se o visse por aí, andando pela rua. Como o homem gordo, que meu desejou bom dia mas eu nunca vi. Reconheceria talvez o acaso, o fortuito que faz com que as palavras às vezes digam muito mais do que deveriam. Boa aula! – ele disse. Pela Domingos Lopes não tardo a chegar à estação. Na plataforma, ouço dobrarem os sinos. Sete horas. Tudo de bom pra você aí, Luís Fernando! Que Deus o abençoe, abençoe a você e a todos nós. Amém.

Saulo Pereira Guimarães

domingo, 24 de outubro de 2010

Lucas de Tommaso vence o Fernando Pacheco Jordão 2010

Por: Pedro de Figueiredo


Lucas de Tommaso, aluno de redação jornalística I da Escola de Comunicação da UFRJ e um dos autores deste blog, venceu o Prêmio Fernando Pacheco Jordão. A premiação é organizada pelo Instituto Vladmir Herzog e tem o objetivo de estimular a produção de reportagens voltadas para os direitos humanos. O projeto de pauta: “Um paciente muito especial: retrato da saúde adolescente no Brasil” foi desenvolvido por Lucas, com orientação da professora Cristiane Henriques Costa. Os vencedores receberão como prêmio a possibilidade de desenvolver suas pautas.

A entrega será nesta segunda-feira (25/10) em São Paulo. 

Cinco maneiras de escrever bons posts

Por: D Bnnonn Tennant
Indicado por: Cristiane Costa


Most writing could be better.
Not just a little better — significantly better.
If you start out with a solid topic, a good knowledge of your audience, and a reasonable degree of writing ability, you’ll usually end up with a pretty good piece of writing.
But you don’t have to settle for “pretty good.” A little attention to the final details can kick “pretty good” to “magnificent.”
Whether you’re creating blog posts, special reports, sales letters, a video script, email autoresponders, or whatever else, you can take your writing up a level just by applying some simple principles:

1. Write drunk; edit sober

Now you don’t have to take this literally. I don’t really mean you should be downing rum as your fingers meander with increasing sluggishness and inaccuracy over your keyboard.
I’m looking at the principle behind this gem from Papa Hemingway. The principle which is absolutely vital to producing compelling copy that gets people reading and buying: you must sound real.
Persuasion is mostly a matter of education and building trust, and it’s hard to build trust when you write like a corporate drone.
Too many copywriters slip into an overly formal style because they think it makes them sound important. Bad idea. No one wants to read stiff, formal copy with all the personality of a fax machine.
Better to put too much personality in and have to edit it out later than not put enough in to begin with.
When you write, make sure you have some passion for your topic — and then just tell your reader what you want to say. Don’t self-consciously write. Just tell.
Enthusiasm creates reader involvement. Most writing has too little enthusiasm, not too much. But f you really feel you went off the deep end, you can always tone it down in the edit.
It’s hard to insert life into copy that never had any to begin with.

2. Sleep on it

If this isn’t the most important technique for improving copy, then it’s definitely in the top two after “learn to read and write.”
Simply put: any piece of writing can be improved by letting it sit overnight.
Look, I know you’re in a hurry. I know you’re really excited about what you just wrote. So am I.
I know you’re like a kid at Christmas and you just have to send it off right now to receive the praise and glory you absolutely deserve.
But don’t.
In the cold light of a new day, all writing seems slightly less marvelous and slightly more open to improvement.
With the perspective that a night away from writing will give you, you’ll see that what you thought was a flawless masterpiece could actually do a with a tweak here and a sharp cut there. The changes you make at this stage are 80% of what you need to turn good copy into magnificent copy.

3. Get a friend to read it aloud

Now that you’ve slept on your copy, it’s the perfect time to read it aloud.
I know this is the most overused piece of advice to writers ever. But do you know why that is?
One: it works. When you read your work aloud, you pick up on problems with the flow that your eye would otherwise skip over. It’s even better to get someone else to read it aloud, because they aren’t expecting odd turns of phrase, whereas you, after spending ten minutes obsessing over it yesterday, are.
Two: no one friggin’ does it. Even writers who offer this advice (yes, me too) seldom follow it. When other aspiring writers ask them how they can improve, they purse their lips and intone sagely, “Are you reading your work aloud? It really does make a difference, you know.”
Uh huh. It sure does — if you do it. It’s not just a technique for people learning to write. It makesany writing better.
No one is too good to read their work aloud.

4. Use the breath test

While you’re reading your latest masterpiece out loud (or being a step more cunning by having someone read it for you, thus saving you effort and increasing your reward), you can also watch for another problem: sentences like this one, which are just too … damn … wordy.
Stick to one idea per sentence. And express your ideas succinctly.
Once you hit 20 words in a sentence, every additional word can lose you up to 10% of your readers.
A simple way of testing this is the breath test. (Sean D’Souza wrote about this for headlines, but it works for all writing.)
If your reader has to pause for breath in the middle of a sentence, it’s too long. Either cut out the fat, or whack the sentence into two or more manageable pieces.

5. The passive voice should be rewritten

“Passive voice” is a fancy term invented to make writers feel bad for not having a better technical knowledge of grammar. Don’t worry; it’s easy to spot.
If someone’s doing something, it’s active. If something was done by someone, it’s passive.
Passive sentences feel wordy, limp, and lifeless.
Active sentences feel tight, energetic, and immediate.
For example:
  • Passive: The magnificent copy was written by the copywriter.
  • Active: The copywriter wrote the magnificent copy.
Passive voice isn’t always a bad thing, and the Copyblogger police won’t show up at your site and write you a ticket for using it. Just keep it to a minimum.

Summing it all up …

Whether you’re a seasoned pro or a novice writer just starting out, these five principles can always improve your copy. By writing in an authentic voice, taking the time to get perspective, reading your work aloud, testing for long sentences, and rewriting for active voice, you can keep your reader engaged and score more conversions.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Orlando têm agora mais um motivo para atrair turistas, principalmente brasileiros

The Wizarding World of Harry Potter acrescenta mais uma boa razão para visitar as terras mágicas da Flórida; moeda brasileira valorizada ajuda

Por Bruno Sponchiado Vieira

             Quem viaja, sabe: tem brasileiro em todo canto do mundo. Mas há um lugar especial onde a freqüência de brazucas é maior. Estamos falando de Orlando, Flórida, nos Estados Unidos, segundo destino mais procurado por turistas verde e amarelo, somente atrás de Buenos Aires, Argentina. E agora os assíduos fãs dos parques da Disney e da Universal, entre outros, terão mais um motivo para se deslocar para a região: uma atração especialmente feita para os fãs da série Harry Potter, o The Wizarding World of Harry Potter, ou o Mundo Mágico de Harry Potter. Com esse novo atrativo para crianças, jovens e adultos, a atmosfera acolhedora de Orlando fica ainda mais atrativa para turistas de todo mundo, especialmente os brasileiros, que também são fãs da série infanto-juvenil.  Entretanto, em Orlando há muito mais do que fazer além das curvas da Space Mountain, por exemplo.  É um universo de diversão para todas as idades.

             Antes de detalhar as minúcias dessa região mágica, vamos a uma pequena contextualização histórica do lugar. Orlando, sede do condado de Orange, foi fundada em 1873 e até a década de 1950, era um lugar tranqüilo, calmo, praticamente destinado a funções agrícolas, como a plantação de laranjas, uma tradição da Flórida. A partir de 1950, o Estado, que já era sede de algumas bases aéreas do governo, passou a ser visto com mais atenção por investidores de turismo e da área da aviação, uma vez que o clima com características tropicais sempre foi um dos pontos fortes do Estado. Em 1958, a Aeronáutica americana construiu uma base em Orlando, transformando a Flórida no ponto de referência aéreo e espacial do mundo, com lugares como Cabo Canaveral e a Estação Kennedy de Força Aérea. A história da cidade cruza-se com Walt Disney a partir de meados da década de 60. O empresário e visionário tinha planos ambiciosos e encontrou na região o espaço e o clima perfeitos para seus desejos e em 1965 comprou alguns terrenos e começou a construir seu Walt Disney World Resort, que ficou pronto em 1971, com a inauguração do Magic Kingdom, o primeiro grande parque da região. A partir daí Orlando sofreu um boom de crescimento em infra-estrutura para receber a quantidade crescente de turistas que o complexo Disney passou a ter em suas montanhas-russas e brinquedos. Em 1982 chegou o Epcot, 7 anos depois veio o Hollywood Studios. A concorrência chegou em 1990, com o complexo Universal Studios. Com a quantidade gigantesca de turistas norte-americanos e do mundo inteiro, a área transformou-se num pólo de investimentos e devido ao sucesso, criou-se uma mega-rede de infra-estrutura para atender os viajantes, como estradas e uma rede hoteleira muito bem localizada.

            Hoje em dia, Orlando tem cerca de 230 mil habitantes e aproximadamente 2 milhões de pessoas vivem em sua região metropolitana. É considerada a segunda cidade mais visitada no mundo (somente atrás de Paris), com mais de 60 milhões de turistas por ano. O poder das empresas Disney é tão grande que há quem diga que seus CEOs possuem bastante influência, não só no Condado de Orange, mas no governo da Flórida. Boas compras e bons restaurantes são outras opções para diversão além do ‘feijão-com-arroz’ dos parques de diversão, que estão longe da monotonia. Vamos então falar do motivo da reportagem, o Harry Potter.

            Estando dentro do parque Island of Adventure, dentro do complexo Universal, The Wizarding World of Harry Potter é um espaço onde recria-se o ambiente dos livros e filmes de uma maneira verossímil, pois o mundo do bruxinho é fictício. São basicamente 4 ambientes: Hogsmeade, Dragon Challenge, Flight of the Hipogrifh e Harry Potter and the Forbidden Journey. O primeiro é a reprodução fiel da vila de Hogsmeade, que fica perto do Castelo de Hogwarts nas seqüências. Nesta vila é possível encontrar gift-shops, restaurantes, entre outras atrações que encantam o visitante e o fã da série - criada pela britânica J.K Rowling. A segunda atração, a Dragon Challenge, é uma montanha-russa já existente, que foi reformada e adaptada ao contexto Harry Potter. Atrai quem é fã dos brinquedos rápidos com loopings e curvas de altíssima velocidade. Já o “vôo do hipogrifo” reproduz como seria um passeio a bordo da criatura mágica encontrada nos livros e filmes. A última atração, Harry Potter and the Forbidden Journey, é, basicamente, um tour pelos becos, corredores e ambientes do castelo de Hogwarts. A sala do diretor Dumbledore é um dos itinerários, que são comandados pelo trio Harry, Rony e Hermione no brinquedo, que é um simulador 3D. Para entrar mais ainda no espírito da série, é possível comprar sua própria varinha, tomar a famosa cerveja amanteigada famosa cerveja amanteigada (alcoólica nos filmes, porém é um refrigerante criado especialmente para o parque), e se vestir “a caráter”. O parque foi inaugurado em 18 de junho deste ano e foi o destaque das férias de julho, tanto para os americanos quanto para os brasileiros, que viram na nova atração mais um motivo para retornar à Flórida.

            Para quem nunca foi à região, as opções clássicas de entretenimento ainda estão no auge. No primeiro parque criado, o Magic Kingdom, temos a clássica montanha russa Space Mountain que ainda cria filas gigantescas em dias de maior movimento, o atemporal “It’s Small World” e as paradas e shows com personagens da Disney na Main Street, rua principal do parque. No Epcot temos os pavilhões dos países, que concentram o principal da cultura, culinária e folclore de locais como Japão, Marrocos, França e Inglaterra. Por incrível que pareça, ainda não há um pavilhão brasileiro, por mais que a demanda seja grande. Dentro do complexo Disney, há ainda o Hollywood Studios com suas atrações baseadas em filmes famosos, o Animal Kingdom com grande foco na natureza e o parque aquático Typhoon Lagoon, disputadíssimo em julho devido às temperaturas que chegam a passar dos 35 graus. Além das atrações da Universal (Island of Adventure, Universal Studios e o The Wizarding World of Harry Potter), há também o Sea World e o Busch Gardens (que fica em Tampa, a 60 quilômetros de Orlando), que contém atrações bastante interessantes, como a montanha-russa Sheikra, que tem uma queda com mais de 90º de inclinação, de longe o grande destaque do parque. Tudo com muita tecnologia, limpeza, seguindo um “padrão Disney de qualidade”. Os funcionários são todos treinados para criarem mesmo o “lugar mais feliz da Terra”. Enfim, encanta em todos os sentidos.

 Para quem quer fugir dos circuitos tradicionais de parques, paradas e shows temáticos, há também uma vida noturna agitada. Dentro do complexo Disney, há o Downtown Disney, um shopping ao ar livre, em volta de um lago. O espaço é dividido em três partes: West Side, onde há restaurantes, salas de cinema, além de lojas e uma apresentação fixa do Cirque Du Soleil, o Marketplace, um mix de lojas especializadas de produtos Disney, além de restaurantes e outras lojas. E, no meio dos dois lugares, há a Pleasure Island, onde encontramos boates, pub’s e restaurantes mais formais. Já na Universal, há o City Walk, algo semelhante ao Downtown Disney, porém em tamanho menor. Há restaurantes, boates, lojas e salas de cinema também. Tudo para atender todos os gostos.

            Como já devem observar, é farta a oferta de restaurantes. Para os fãs de uma boa gastronomia e para aqueles que querem fugir da junk food dos parques, há boas opções de refeições até mesmo dentro dos parques. Em Epcot, nos pavilhões dos países, é possível encontrar comidas típicas, como pão, queijo e vinho na França, entre outras especialidades regionais. Para quem sentir falta do Brasil, há em volta da International Drive – uma das principais vias da região, onde há comércio e serviços para moradores e turistas – alguns restaurantes destinados a brasileiros com comida 100% verde e amarela. Além das churrascarias também no formato brasileiro. Enfim, opções ao hambúrguer com batatas fritas não faltam.

            Outro grande destaque de Orlando são as compras. É possível encontrar nos outlets e shoppings da região produtos em liquidação, com preço muito abaixo do praticado no Brasil e em outras regiões dos Estados Unidos. Por exemplo, um tênis Nike é encontrado em média por 50 dólares, enquanto aqui é vendido por 300 reais. Uma bela diferença. Mais de 90% dos brasileiros que vão aos Estados Unidos vêem as compras como o principal motivo de viagem, segundo pesquisa do Ministério das Relações Exteriores. Falando em ministério, aconselha-se a quem for migrar rumo a Flórida procurar o consulado americano com antecedência de no mínimo três meses. Por mais que esteja mais fácil (ou menos complicado) conseguir o visto, é sempre bom antecipar a retirada. Normalmente, em viagens de no máximo um mês, o procedimento é mais tranqüilo e se obtém em média cinco anos de liberação. Outra burocracia a se prestar atenção é quanto à alfândega americana e brasileira. Houve uma atualização na lei brasileira, liberando alguns gadgets eletrônicos da “cota” estipulada por pessoa, estimada em 500 dólares em produtos eletro-eletrônicos. Mas é bom não abusar nas sacolas. Outro ponto a ser lembrado é a segurança nos aeroportos americanos, reforçadíssima. Nada muito alarmante, mas é bom citar. 

A hospedagem pode ser feita nos milhares de hotéis de rede encontrados nas rodovias da região ou nos hotéis do complexo Disney. O preço é semelhante, mas alguns hotéis da rede Disney pecam como na falta de frigobar em alguns, além das refeições muitas vezes não inclusas. Mas a proximidade dos parques e o transporte, via Monorail, pode compensar. Os preços estão no fim da página.

Geralmente, para os iniciantes em Orlando, aconselha-se ir por meio de uma excursão, com uma companhia com experiência na área, com a presença de um guia, transporte e ingressos inclusos. Para quem gosta de independência, há pacotes com passagem aérea, hotel, ingressos nos parques e diárias em carros alugados. A baixa temporada é entre dezembro e março, onde o clima mais ameno (média de 15ºC) deixa os parques mais vazios. Entre junho e agosto, o clima quente e as férias escolares norte-americanas enchem as atrações, provocando longas filas e estacionamentos lotados. Companhias aéreas brasileiras já oferecem vôos diretos para Orlando, sem escalas, mas também há rotas com escala em Miami, Tampa ou Atlanta. Opções não faltam.

Enfim, para quem deseja curtir momentos agradáveis em família, independente da idade, encontrará em Orlando uma opção mais do que atrativa. Agora com câmbio monetário em boa fase, com novas atrações, a tendência é que os brasileiros “invadam” ainda mais os parques e brinquedos da região.

Preços e informações úteis
Pacotes: para uma família de 4 pessoas (2 adultos e 2 crianças), o preço de uma viagem de 15 dias, incluindo transporte aéreo e local, hospedagem e ingressos varia de 2 mil a 3500 dólares, dependendo da companhia.
Ingressos: para quem for sozinho, os preços de ingressos nos parques varia de 50 a 150 dólares por dia. Depende da validade do ingresso e de quantas pessoas estão no seu grupo. É possível comprar pela internet.
Passagem: um pacote de ida-e-volta, para 4 pessoas (2 adultos e 2 crianças), pela TAM, partindo de SP e chegando em Orlando, sem escala, ronda os 5 mil reais.
Hotéis: a diária nos hotéis de rede, que incluem um conforto razoável (refrigeração, TV a cabo, frigobar e café da manhã incluso) chega, em média, a 80 dólares. Nos hotéis da rede Disney, o preço nas opções econômicas, começa também nos U$80/dia.
Refeições: um almoço, para 4 pessoas, na maioria dos parques da região, fica entre 30 e 50 dólares, dependendo do prato. Há opções de “all you can eat”, com pagamento por pessoa e adiantado.
Transporte: a diária de um automóvel compacto econômico é cotada em 30 dólares e o estacionamento custa, em média, 20 dólares. Táxis são baratos.
Temporada: a alta temporada é em julho, onde os americanos estão nas suas “férias de verão”; a baixa, em janeiro, é mais adequada pelo clima mais ameno e pelo movimento mais baixo

Principais casos de uso de vírgula - Manual de Redação


Vírgula proibida

 - Entre sujeito e predicado (e vice-versa). (EX:O ministro está em Brasília)

 - Entre verbo e seu(s) complemento(s) (EX: O ministro mandou projetos para o crivo do presidente)

Vírgula obrigatória

 - Depois de orações adverbiais antepostas (EX: Se não chover, haverá jogo)

 - Antes do que que introduz oração explicativa (EX: Nosso carro, que custou 28 mil reais, não deveria ter tantos problemas assim.)

 - Quando há elipse do verbo (EX: Os paulistas ganharam prêmios. Os cariocas, nada)

 - Para separar conjunções contíguas (EX: Irei a SP, mas, se não receber nada, voltarei)

 - Antes de mas (com sentido de porém), porém, contudo, entretanto, todavia, portanto, por isso etc (EX:  Jogou bem, mas perdeu)

 - Antes de e que introduza oração de sujeito diferente do da anterior, se, sem a vírgula houver a possibilidade de entender o sujeito da segunda oração como complemento do verbo da primeira (EX: Fifa pune Maradona, e Pele recebe nomeação)

 - Para separar adjuntos adverbiais de natureza diferente (EX: O Corinthians jogou ontem, sob chuva forte, no Pacaembu)

Vírgula optativa

 - Com expressões adverbiais breves, antepostas ou intercaladas (EX: O SPFC enfrenta, neste sábado, o Guarani)


 - Depois de no entanto, portanto, por isso, porém, contudo, entretanto, todavia quando estas palavras iniciarem período (somente assim) (EX: No entanto não se pode fazer isso / Isso, no entanto, não se pode fazer)


 - Antes de orações adverbiais de alguma extensão que venham depois da principal (EX: O prefeito aprovará a medida, se a Câmara comparecer à votação)

Por Bruno Sponchiado Vieira

Revista Quatro Rodas tem acervo digitalizado

Atenção fãs do mundo dos carros: seu tempo de ócio ganhou mais uma atração. O Grupo Abril disponibiliza, desde agosto, todo o acervo da revista Quatro Rodas digitalizado no site da revista. A chamada "Coleção Digital - Quatro Rodas" tem todas as 608 edições da publicação. A exceção vai para a edição do mês vigente, naturalmente disponível nas bancas de jornal. O acesso é gratuito.

O acervo inclui as edições em sua totalidade, incluindo as propagandas de cada época.IUm atrativo não só para os automaníacos, mas também para os nostálgicos de plantão.

Lançada em 1960, a Quatro Rodas é considerada a maior revista do gênero no país e uma das mais importantes publicações automotivas mundiais.

Confira abaixo o link para a Coleção Digital Quatro Rodas:

http://quatrorodas.abril.com.br/acervodigital/home.aspx

Texto: Bruno Sponchiado Vieira

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dicas para impulsionar carreira


Por: Izabela Vasconcelos
Indicado por: Cristiane Costa

Qual é o perfil do jornalista ideal? O nome da minha faculdade é importante? Vale a pena fazer especialização? Essas são as principais perguntas que o programa de Treinamento da Folha de S. Paulo recebe de universitários e recém-formados. Apesar disso, muitos deles pecam logo no começo, com o currículo, o que motivou as jornalistas Ana Estela Souza Pinto, editora de "Treinamento" da Folha, e Cristina Moreno de Castro, colaboradora do blog "Novo em Folha" e do "Treinamento da Folha", a escreverem o livro “A Vaga É Sua”, lançado em agosto deste ano pela Publifolha.




Currículo é seu cartão de visita

“O dia em que eu tive a ideia de fazer o livro foi quando um menino me mandou um currículo para uma vaga de repórter do jornal. Lá no alto do currículo dele estava ‘objetivo: ser assessor de imprensa’. Quando eu vi aquele currículo eu pensei que seria legal fazer um livro com dicas sobre todas as dúvidas que a gente recebe no blog, porque as pessoas cometem erros muito básicos (...) Então foram as duas coisas, foram as dúvidas dos leitores do blog, mas o gatilho mesmo, o estopim da história foi esse currículo que era muito errado”, relembra Ana Estela.

Para a jornalista, é impressionante como os jornalistas deixam de se preocupar com as informações do currículo. “É incrível, isso é uma coisa tão simples de fazer, essa questão da ordem das informações do currículo, e faz toda a diferença. O editor está com uma seleção, ele está olhando dezenas, centenas de currículos e se ele está querendo um repórter, e ele só vê assessoria, assessoria, ele não chega no final do currículo. Por isso que a ordem é super importante”, afirma.

Cristina contou a experiência de uma amiga, que havia trabalhado em assessoria e queria atuar em Redação. Ela perdeu uma vaga na Folha, mas com algumas dicas, melhorou seu currículo e conseguiu emprego em uma revista. O problema era o mesmo, a jornalista não destacava seus pontos fortes para a vaga de repórter.

“Fui ver o currículo dela e estava só listando a experiência dela em assessoria. Mas ela tinha feito uma formação complementar em Direito, que é um diferencial útil para o jornalismo. Ela também trabalhou numa revista segmentada por um tempo, fez frilas ocasionais, então a gente jogou tudo isso pra cima no currículo dela, deu destaque e colocou como outras experiências a assessoria. Eu falava pra ela destacar isso nas entrevistas. E ela conseguiu ir para uma revista. É uma questão de saber destacar seus pontos fortes relacionados à vaga”, explica.




Blog é um diferencial?

Manter um blog pode ser uma forma de exercitar técnicas de redação e se destacar em alguma área específica. Mas quanto isso pesa em uma entrevista? 




“Vai depender bastante da vaga e do blog. Quando eu selecionei a Cris pra vaga de treinamento, o fato que ela tinha um blog pra falar principalmente de política foi uma coisa que eu levei em conta, porque ela é uma menina nova, mas é interessada no assunto, que é um assunto mais complicado, que é política. E ela não só é interessada, mas ela tinha tido a iniciativa de criar um espaço pra escrever, pra discutir. Então isso pra mim mostrava algumas características interessantes em alguém que quer ser jornalista, que é o interesse e não só o interesse passivo, mas o interesse ativo que leva você a produzir alguma coisa”, avalia Ana Estela.

Para Cristina, o blog era uma forma de exercitar o Jornalismo. “É bom como experiência para a pessoa também. Eu trabalhava num banco e não tinha muito tempo pra fazer estágio, até cheguei a fazer durante oito meses as duas coisas ao mesmo tempo, mas não deu pra ficar o período da faculdade inteira fazendo. Então durante a faculdade, desde o primeiro período até logo depois que eu entrei na Folha, eu mantive o blog. Era uma forma de praticar, de escrever e estar sempre me informando”.




Língua estrangeira

Apesar de o inglês ser uma língua primordial para os jornalistas, uma pesquisa do Comunique-se, feita em 2007, mostrou que 88% dos jornalistas dominavam apenas o português. Os outros 12% estavam divididos em 5% que falam inglês, 2% espanhol, 1% francês e 1% outros idiomas. Apenas 3% dos jornalistas que responderam o questionário falavam mais de duas línguas estrangeiras. Uma nova edição da pesquisa deve ser feita nos próximos meses.




“Se você está selecionando alguém pra trabalhar na editoria de internacional, obviamente que é imprescindível você dominar o inglês e de preferência outro idioma. Mas se é pra uma vaga de repórter de polícia, provavelmente se você tiver um inglês intermediário, básico, o editor vai pedir que estude mais, porque hoje é impossível trabalhar sem o inglês, mas não vai ser um fator impeditivo. São muitos quesitos que você avalia de uma forma subjetiva, não é objetivamente. Por exemplo, se a pessoa não domina o inglês, mas ela é muito boa em outras coisas, essas coisas qualificações pesam também”, explica Ana Estela.

Cristina lembra que no processo de Seleção da Folha também participam candidatos que ainda não possuem o inglês fluente. “Pra vaga de trainee tinha pelo menos 10 que não dominavam o inglês, mas tinham outras qualidades muito boas”, ressalta.




Mudança de área

A mudança de assessoria para Redação é a mais difícil, mas é possível desde que o jornalista saiba destacar seus pontos fortes. “Quanto mais tempo a pessoa estiver trabalhado em assessoria e for deixando de ter experiência em redação, mas difícil é. Não é impossível".




Ana Estela lembra que o assessor deve saber que o estilo de texto na Redação muda muito, já que é mais crítico. "Ontem mesmo eu estava conversando com um repórter que estava cobrindo férias na editoria Cotidiano, que trabalhava numa assessoria de imprensa de uma Secretaria de Governo do Estado de SP. Na entrevista a gente questionou sobre isso, dizendo que ele teria que fazer reportagens críticas, inclusive a respeito da área que trabalhava. Porque essa é a principal preocupação, se a pessoa é capaz de fazer um jornalismo crítico, independente”, diz.

No caso contrário, de um profissional de Redação ir para assessoria, a jornalista acredita que o caminho é mais fácil. “As assessorias valorizam essa experiência”, conclui.


O caso Maria Rita Kehl


Por: Bob Fernandes
Indicado por: Cristiane Costa
A psicanalista Maria Rita Kehl foi demitida pelo Jornal O Estado de S. Paulodepois de ter escrito, no último sábado (2), artigo sobre a "desqualificação" dos votos dos pobres. O texto, intitulado "Dois pesos...", gerou grande repercussão na internet e mídias sociais nos últimos dias.
Nesta quinta-feira (7), ela falou a Terra Magazine sobre as consequências do seu artigo:
- Fui demitida pelo jornal o Estado de S. Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião (...) Como é que um jornal que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?
Veja trechos do artigo "Dois pesos".
Leia abaixo a entrevista.
Terra Magazine - Maria Rita, você escreveu um artigo no jornal O Estado de S.Paulo que levou a uma grande polêmica, em especial na internet, nas mídias sociais nos últimos dias. Em resumo, sobre a desqualificação dos votos dos pobres. Ao que se diz, o artigo teria provocado conseqüências para você...
Maria Rita Kehl -
 E provocou, sim...
- Quais?- Fui demitida pelo jornal O Estado de S.Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião.
- Quando?- Fui comunicada ontem (quarta-feira, 6).
- E por qual motivo?- O argumento é que eles estavam examinando o comportamento, as reações ao que escrevi e escrevia, e que, por causa da repercussão (na internet), a situação se tornou intolerável, insustentável, não me lembro bem que expressão usaram.
- Você chegou a argumentar algo?- Eu disse que a repercussão mostrava, revelava que, se tinha quem não gostasse do que escrevo, tinha também quem goste. Se tem leitores que são desfavoráveis, tem leitores que são a favor, o que é bom, saudável...
- Que sentimento fica para você?- É tudo tão absurdo... A imprensa que reclama, que alega ter o governo intenções de censura, de autoritarismo...
- Você concorda com essa tese?- Não, acho que o presidente Lula e seus ministros cometem um erro estratégico quando criticam, quando se queixam da imprensa, da mídia, um erro porque isso, nesse ambiente eleitoral pode soar autoritário, mas eu não conheço nenhuma medida, nenhuma ação concreta, nunca ouvi falar de nenhuma ação concreta para cercear a imprensa. Não me refiro a debates, frases soltas, falo em ação concreta, concretizada. Não conheço nenhuma, e, por outro lado...
- ...Por outro lado...?- Por outro lado a imprensa que tem seus interesses econômicos, partidários, demite alguém, demite a mim, pelo que considera um "delito" de opinião. Acho absurdo, não concordo, que o dono do Maranhão (senador José Sarney) consiga impor a medida que impôs ao jornal O Estado de S.Paulo, mas como pode esse mesmo jornal demitir alguém apenas porque expôs uma opinião? Como é que um jornal que está, que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?
- Você imagina que isso tenha algo a ver com as eleições?- Acho que sim. Isso se agravou com a eleição, pois, pelo que eles me alegaram agora, já havia descontentamento com minhas análises, minhas opiniões políticas.